segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Raid "roda livre" versus Cicloturismo

Foto : Grupo ciclista das Cardosas

Num fórum (cyclolusitano) ligado ao ciclismo em geral, lancei uma opinião sobre a temática de o porquê de um passeio de cicloturismo ser feito atrás de um carro da organização a limitar a velocidade a que se circula.

Vai decorrer um passeio de cicloturismo no próximo fim de semana na pequena localidade da Figueira, aqui bem próximo de Portimão. E como surgiu a "publicidade" nesse forum, num tópico que eu costumo visitar e escrever a minha opinião ou por vezes dar uma "alfinetada", achei que este assunto não deixa de ser interessante, oferecendo vários pontos de vista.

Aqui é o local ideal para explicar a minha idéia sobre este assunto.
A bicicleta é um daqueles desportos, em que não precisamos de outros seres humanos para poder praticar de forma ludica.
Ora, se eu quiser ir andar na minha bicicleta, posso ter a liberdade de escolher a hora de saida, ou a distancia que vou percorrer, o destino...a companhia...enfim, liberdade total!
É uma simbiose perfeita : O Homem e a máquina (bicicleta)!
Depois desta introdução, passamos então ao cérebro da questão.
Na minha optica, o passeio de cicloturismo visa estimular a prática desportiva de uma forma ludica e proporcionar uma saudavel confraternização entre os participantes.
Para que isto aconteça, penso que se deve pensar em satisfazer dois grandes grupos.
Aqueles que frequentemente utilizam a bicicleta (1 vez por semana no minimo), pois são estes os utilizadores frequentes da bicicleta e praticam como sendo a sua actividade desportiva, como é o caso do grupo de ciclistas que se juntam todos os domingos e feriados nas Cardosas para ir pedalar (fotografia acima).
O outro grande grupo, são aqueles que raramente "pegam" na bicicleta apenas ocasionalmente ou quando surgem os passeios organizados. Retiram a sua "pedaleira" já com um pózinho em cima do Quadro de tanto tempo ficar parada ou esquecida lá ao canto da garagem. Este grupo participa nos cicloturismos mais pela parte festiva e menos pela parte da prática desportiva ao contrário do primeiro grupo que aqui falei.
Assim, ao organizar um passeio de cicloturismo em que se limita a velocidade, com um carro da organização à frente do pelotão, o que se está a fazer é promover apenas o segundo grupo que atrás referi.
Quem utiliza a bicicleta com frequencia, que são todos aqueles que incluo no 1º grupo, não têm muito interesse em participar nesse tipo de cicloturismo porque lhes está a ser limitado o prazer de andar de bicicleta à sua vontade e ao ritmo a que estão habituados. Se for "roda livre" ninguem está limitado, e cada um ou cada equipa segue da forma que mais lhe agradar ou interessar.
Em Espanha, é frequente existirem "Marchas Cicloturisticas" onde o andamento é livre.
Por cá devia haver mais iniciativas desse género.
Este ano participei mais uma vez no Raid "Portimão - Foia" em Junho com a minha equipa e pude ver e sentir que apesar da dureza do percursso, a organização do Clube Ciclismo de Portimão foi excelente, e havia atletas de vários niveis a participar no evento.
Estivemos em Maio tambem no "Brevet Cidade de Lagos" andamento livre para 75 kms. Um percursso chamado de "volta do triangulo" organizado pelo Ciclo Clube de Lagos, que no próximo ano já fará parte do calendário de provas de cicloturismo, e o sistema de "roda livre" é para se manter segundo me disse na altura o presidente do clube de Lagos.
São iniciativas deste género, que podem satisfazer os dois grandes grupos de praticantes que mencionei acima, e acho que faz falta haver mais do estilo "roda livre", juntamente com os tradicionais passeios de cicloturismo com "andamento limitado".
Que fique bem esclarecido por aqui, que quando faço referencia a dois grandes grupos... não é grupos de 1ª e 2ª categoria, mas sim diferenciar os praticantes, aqueles que são os "usuais" e os "casuais"...só para que alguns criticos não façam logo conclusões erradas, acho que o devo citar e esclarecer.

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