terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Caderneta de cromos (1ª edição)

Fotografia : A imagem diz tudo...o homem da bandeira vermelha de braço esticado acaba por levar David Bernabeu a seguir o caminho errado! Equivoco do ciclista e não só...

Existe um programa de rádio da autoria de Nuno Markl, que por norma passa numa altura em que estou dentro do carro a caminho do trabalho. Gosto do programa. Quando passa o genérico “ crómó” espera-se algo dos longínquos anos 70 e 80 principalmente. É nostálgico.
Acompanhei a Volta ao Algarve com entusiasmo. Na última etapa, o crono Lagoa – Portimão eu estava situado logo à saída da chamada “ponte velha” de Portimão, ou seja a cerca de 300 mts. da meta. Depois de passar o camisola amarela Alberto Contador, que até vestia as cores de campeão de espanha de contra relógio, dirigi-me para a meta para assistir à cerimónia do pódio.
É aqui que surge os “crómós”! E foram 3!!!
Cromo nº 1 – O Homem da bandeira vermelha.
Cromo nº 2 – aqui eram 3 em 1; passo a explicar: eram 3 agentes da PSP, um deles graduado, talvez por se julgar mais importante era o “maior cromo”.
Cromo nº 3 – o speaker de serviço na zona do pódio.

Começo pelo 1º:

No cromo nº1, o da bandeira vermelha, começo por ressalvar que provavelmente o Homem que estava a fazer aquele trabalho, até pouca culpa tinha no mal que estava ali a fazer. Culpado é aquele que o pôs ali! O homem tinha a bandeira vermelha na mão direita, e na aproximação do ciclista ao local, começava a agitar a bandeira. Ao mesmo tempo agitava também o braço esquerdo??!! O que pretendia ele com aquilo?...só ele deve saber!
Por norma, num contra relógio, quando está deliberado que os carros que acompanham o ciclista não seguem para a meta, existe uma pessoa afecta à organização, juntamente com uma autoridade (naquele caso um agente da PSP), que APÓS A PASSAGEM DO CICLISTA, surgem logo de seguida no meio da estrada, ai sim a agitar a bandeira vermelha, para interceder junto do carro ou carros que acompanham o ciclista. Mas naquele caso não. Era a confusão total! A mim fez-me confusão aquela tourada, e apenas estava ali como espectador.
Agora imagine só (se é que isso é possível) um ciclista que vem num esforço tremendo, no máximo das suas capacidades, necessita de concentração total, essa concentração é muito ténue devido a esse sofrimento de se encontrar no limiar das suas capacidades… e … depara-se com um individuo na estrada a agitar ao mesmo tempo o braço direito com uma bandeira vermelha e o braço esquerdo a realizar o mesmo movimento, só que sem bandeira!!??
Um exemplo: David Bernabéu, ciclista da BARBOT / SIPER enganou-se e seguiu em frente, em vez de virar à esquerda para a Casa Inglesa, e o seu carro de apoio fez o inverso. Alertados pelo público, e pelo apito do Sr. Agente da PSP, lá deu meia volta e o ciclista dirigiu-se para a meta. O carro da Barbot parou, e o condutor saiu do carro para manifestar o seu desagrado para com o homem da bandeira e o agente que estava junto dele. Os nervos estão à flor da pele e as pessoas reagem. É normal numa situação destas. Do público ali presente, aquele que está habituado ao ciclismo, na TV ou ao vivo deve ter com certeza pensado o mesmo que eu: “Ganda cromo!!!”

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